segunda-feira, 20 de agosto de 2012

"Sem vento"

Minha mãe utiliza uma expressão quando o clima está apático, sem força e brilho, parado. Ela diz: - Tá sem vento. Fazsentido já que só de pegar o carro e sentir a brisa do vento no rosto na praia é gratificante. Eu estou mais ou menos assim em relação à motivação, ideias e pensamentos: "sem vento". Vez ou outra eu tenho um insight que parece mudar algo em mim, minha percepção e isso geralmente ocorre quando eu estou entre pessoas, principalmente ao lado de mulheres, ou quando estou fora de casa. Porque eu sei que quando eu chego em casa, sinto uma atmosfera que faz retornar ao comum e banal. Falo da casa mesmo, paredes e etc e do que ela provoca em mim. Quem dera eu tivesse uma reviravolta e voltasse a me sentir motivado e etc. Hoje, por exemplo, decidi não ir ao cursinho. Tava sem inspiração. Não sei o que vai ser de mim, proque eu tô conseguindo êxitos em algumas coisas e tô sem forças pra lutar por mim. Vamos ver no que vai dar. E, não adianta comigo esse negócio de ter que ter força de vontade, etc. Sei que sinto esse vazio em minha pessoa e que de vez em quando ele é preenchido. Eu só queria que esse preenchimento permanecesse. Depois eu explico o que faz eu ter algumas percepções e como eu fico ao sentí-las.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fase Oral

Durante a minha primeira e segunda crise (não deu tempo de detalhar as duas. Talvez dê quando a terceira passar e isso realmente ficar no passado.)... bem, retomando o que ia dizendo: durante a minha primeira e segunda crise eu acredito ter revivido ou vivido pela primeira vez (não sei), a fase anal - uma fase que a criança passa durante o seu desenvolvimento. Agora, nessa terceira crise, eu tô vivendo a fase oral, porque o destaque que meus lábios ganham quando estou perto de um homem, um gay ou uma mulher especial é impressionante. Sinto sensações quase que inexplicáveis nos lábios e no corpo. Acontece que em algumas situações específicas é que eu retomo significados, como o de olhar uma paisagem e dar algum significado, como achar uma praça bonita e não apenas mato e etc, como ver um bairro e pensar nas pessoas que já residiram lá, etc. Pois bem, vou tentar explicar essa fase oral com o que vivi hoje. Hoje, resolvi ir me matricular num cusrinho pré-vestibular para tentar o enem novamente. Peguei um ônibus, entrei e fiquei em pé. No meio da viagem, eu consigo um lugar para sentar e senta uma mulher do meu lado. Bom, a partir daí eu comecei a dar significado ao bairro, como o que falei nos parágrafos anteriores, como olhar uma praça e não pensar que é só mato, mas ver como algo bonito... pensar nas pessoas que trazem recordação àquele bairro. Foi o que aconteceu comigo, enquanto estava ao lado dessa mulher, ou das outras pessoas. Mas, me prendo a ela. E, sei que isso realmente acontece comigo: um ambiente ou uma pessoa influenciar meu comportamento, minha postura mental. Ah, a minha percepção até das pessoas mudou, pelo menos de alguns que olhei no ônibus em alguns momentos enquanto estava ao lado da mulher e os signficados fluiam: voltei a perceber alguns homens, como passivos. Parece careta falar de "ativo" e "passivo". Não é que isso não exista. Existe, mas é definido na hora do sexo, ou alguns minutos antes, ou muito tempo antes como anos, sem trocadilho. Enfim, tinha mudado praticamente toda a minha percepção euanquanto estava ao lado dessa mulher. Mudei até a postura corporal quando levantei para descer. Parecia que tinha voltado ao que eu era: bem disposto. E, enquanto eu sentia tudo isso, meus lábios foram ficam amaciados e bem molhados. Não, não era para eu beijar a sra. que estava ao meu lado. Mas, acho que os lábios funcionam como antenas. Assim, como o ânus e o pênis. Mas, depois eu falo disso. O fato é que eu tive essas sensações de bem-estar e significados mentais e uma sensação psicossomática nos lábios. Cheguei no curso, e como fazia antes, com muita objetividade efetuei minha matrícula. Me dirigi à parada para voltar pra casa. Peguei outro ônibus, fiquei do lado de outras pessoas e o que eu sentia em relação à viagem de ida foi passando. E, outras sensações vieram. Minha disposição e "atividade" foram se esvairindo. Mas, foi bom sair de casa, do meu mundo. Ter vivido algo bom, mesmo que temporário. Sei que retornei à lentidão, sensação de desnorteamento e vazio. Mas, tenho esperanças de que essas frenquentes sensações boas possam se tornar algo permanente. Ah, em um próximo post, eu falo o que acontece comigo ao ficar ao lado de homens, gays e algumas mulheres específicas.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Insights

Acontece que nesse período de baixa, de vez em quando eu tenho momentos de alta.
É como se fosse um estímulo passageiro e temporário, mas que eu tenho esperanças de que se torne permanente.
Durante essa terceira crise, eu tive alguns momentos de alto.
Eu esperava que continuassem, mas não continuam e voltam a estaca zero, que é ficar sentindo-me vazio, sem dar muito significado às coisas.
Hoje, por exemplo, eu tive a sensação de bem-estar por alguns minutos, de me sentir potente e produtivo, com alguns momentos de significado e quase nada de vazio.
Mas, passa.
Tô começando a me preocupar, porque acho que vou me matricular pra tentar fazer a monografia e não sei no que vai dar se esse vazio, falta de significado e crítica.
É engraçado que esses momentos de poder, de possível, acabam retornando.
E, como é algo bom, eu fico esperançoso que continue.
Mas, não perdura.
Não sei se voltarei a ser como eu era.
Se voltarei a me sentir potente.
Por enquanto, só queria o feijão com arroz: fazer monografia e me formar.
Depois, é que eu pensaria numa "lasanha".
Era só o que eu queria.
Mas, parece que eu não estou no controle e que isto independe de mim.
Está fora do meu alcance.
Éo que parece.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Idade das Trevas

Bom, esse momento que eu estou vivendo eu posso chamar de Idade das Trevas, devido à baixa produtividade intelectual que estou tendo.
Não sei o que aconteceu comigo, mas já tinha um histórico negativo devido a duas crises anteriores que provocaram efeitos semelhantes: a baixa produtividade nos estudos.
Me encontro no 12º período num curso que tem 8. Reprovei nos perídos de crise e isso fez com que eu levasse mais tempo do que o habitual no curso.
Durante o terceiro período da faculdade, eu entrei na primeira crise.
Reprovei em quatro das cinco disciplinas que estava matriculado.
Mas depois desse tempo sombrio, volto à faculdade e tiro a maior quantidade de 10 que pude em muitas disciplinas. Foram seis ou mais, uma média de um 10 por disciplina. (Como se 10 fosse medida de inteligência, mas no mundo capitalista é.)
Depois do 6º período, entro na segunda crise.
Dessa vez tranco a faculdade.
Mas, mais uma vez, passado o período de sombras, eu retorno com boas médias à faculdade.
E, já interessado na tal da monografia.
Afinal, estava perto de concluir o curso.
Comecei a fazê-la.
Mas, agora no início do ano, eu entrei numa terceira crise, e que afetou consideravelmente meu potencial intelectual.
A monografia que vinha fazendo, perdi o estímulo e a vontade de fazê-la, bem como certa capacidade crítica individual que necessita-se para um trabalho de cunho autoral.
Tudo tornou-se banal e sem sentido.
E, expando isso para quase todos os aspectos da minha vida nesse momento.
Por isso, digo que estou, mais uma vez, na Idade das Trevas.
A minha esperança é de retomar a vontade de fazer as coisas, principalmente nos estudos.
Fazer minha monografia e concluir o curso e partir pra vida.
Coisa que já devia ter feito há muito tempo, incluindo aí o próprio curso e a própria vida.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Retorno ao divã (literalmente)

Na verdade, vou interromper a série de acontecimentos que estava contando do meu passado e vou falar do meu presente, acontecimentos um tanto quanto presentes.
Tava contando no blog da situação que me levou a procurar ajuda psicológica em 2008. Ia contar das duas crises que aconteceram comigo anos atrás.
Mas, tudo se tornou banal e sem sentindo porque uma terceira crise começou.
Talvez seja forte chamar de crise, mas é como eu denomino as alterações psicológicas e psicossomáticas que acontecem comigo.
Talvez agora escrever possa ajudar a acabar definitivamente com essas crises, fazer eu tomar o controle da situação (coisa que parece distante pra mim) e ajudar a encontrar a felicidade.
Detalhes posteriormente.
Por enquanto é isso.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Antes da Primeira Sessão: prognóstico da situação

Tive que ir duas vezes à psicóloga (fiz duas terapias sobre o mesmo assunto: a minha sexualidade).
Mas, antes, vou contar o que estava sentindo antes de começar a primeira.
Lembro exatamente que na primeira, ou melhor, antes da primeira, tava meio depressivo, sem saber o porquê.
Tava escutando Legião Urbana, Los hermanos, Gram, músicas que me botavam para baixo.
Entrava em site de bate-papo pra conversar com outras pessoas e ver se me animava.
Enfim, tava sem rumo.
Além do que já relatei: o fato de não ter me socializado em Brasília; ter chorado em casa quando o rapaz foi conversar com minha mãe; e ter ficado desconcertado com a professora na sala de aula sobre a confusão de gêneros, que não foi proposital.
Assim que comecei a terapia, relatei que estava meio triste.
A psicológa indagou o porquê e eu fui dizendo algumas coisas.
Relatei o ocorrido na faculdade,
até chegar a outras questões.
Tudo que ocorreu na primeira consulta será assunto do próximo post.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Bom dia.. qual o seu nome? (Busca por ajuda - contatos iniciais)

Decidi procurar um psicólogo para ajudar a resolver meus problemas.
Chega de formular teorias.
Queria respostas.
Precisava de um especialista.
Na verdade, queria uma psicóloga.
Não queria um homem pra falar de homossexualidade.
Queria uma mulher.
Acreditava ser melhor assim.
Recorro a uma lista-telefônica em minha busca.
Ligo para uma psicóloga e ela me informa que a sessão é R$ 50,00 reais.
Ligo para outra que me diz que custa R$ 70,00 a consulta.
Tento ligar para uma terceira, mas não consegui contato, falar diretamente com ela. Estava ausente.
A primeira (a de R$ 50,00) me passou a impressão, no telefone, pelo tom de voz dela, de ser ansiosa e que faria mais uma consulta superficial, o que não queria.
Ela falava rápido e parecia não dar a atenção que se busca.
A segunda, mesmo sendo R$ 70,00 (um pouco mais cara a sessão), me pareceu mais serena ao telefone. Pareceu-me calma e tranquila.
Novamente, a percepção pelo tom de voz entrou em cena.
Decidi então marcar uma consulta com a segunda (a que me pareceu mais serena).
Tudo isso inconversável em casa com mãe e irmã.
Era algo meu, pessoal, somente meu.
Uma angústia e um conflito interno da qual elas não faziam parte, até aquele momento.
Dizia que iria à faculdade.
Mas, na verdade, ia à terapia.
Foram várias as consultas, com várias sensações, levantamentos, deduções e conclusões.

Essas sensações e essa experiência contarei aqui.
Mas, desse post já posso tirar algumas conclusões.
A primeira é mais racional:é  sobre o preço do serviço.
Óbvio que preço influencia.
E, em se tratando de serviço: algo mais caro parece ser feito melhor.
Daí eu ter escolhido a segunda psicológa.
Parecia que o preço era de algo melhor, mesmo, no total, ser um pouco a mais que a opção mais barata.
Julguei não valer a pena a primeira opção por causa do preço e que a segunda seria de um melhor serviço.
Outra coisa que influenciou a minha escolha foi algo mais emocional: o tom de voz.
O tom de voz das pessoas com que falei sobre fazer terapia me passaram informações de características pessoais, da personalidade da pessoa, mesmo que não correspondesse ao real.
Talvez, daí, eu tenha começado a dar mais valor ao tom de voz das pessoas.
Acho que todo mundo sente algo em relação ao tom de voz das pessoas.
Mas, comigo, a partir dessa época é que isso cresceu e eu começei a fazer julgamentos e tomar decisões com base nessa característica das pessoas.
A primeira psicológa, como falei, me pareceu, pelo tom de voz, ansiosa e superficial.
A segunda me pareceu mais tranquila.
Acho que esse fator, depois do preço, influenciou a minha decisão.
Então, repare no tom de voz das pessoas e tire suas conclusões.
Não acontece comigo de reparar no tom de voz de todas as pessoas, mas de algumas.
E acredito ser o julgamento que se faz ser pessoal, com sentido próprio e particular.
E, acredito ser válido.
Bem, mais coisas iriam acontecer.
A consulta tava agendada, e a terapia iria começar.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Problema na facul: Por favor me ajuda... preciso de ajuda

Passado concurso do TST,
passado flerte de cursinho,
passado vestibular da federal,
passado transe de carnaval,
tava de volta a minha vida cotidiana: mundo universitário da faculdade.
Tava na hora de retornar a facul, depois de umas férias e algumas aventuras.
Voltei à faculdade.
Terceiro período do curso de Administração, semestre 2008.1.
O currículo normal são seis disciplinas.
Mas, decidi matricular-me em apenas cinco.
Matriculo-me em uma de informática, outra de rh, em uma de custos, uma de comunicação administrativa e mais uma ciência política.
As quatro primeiras à tarde e esta última à noite.

No turno vespertino, tava com minha turma que iniciei na faculdade, conhecidos, etc.
Isso foi positivo apenas para uma disciplina.
Em relação a maioria eu tive problemas pra frequentá-las.

É que volta o medo do bicho-homem.
Na verdade, isso foi o que sempre tive.
Só que tava virando fobia.

Detalhando:
Na disciplina de informática, o professor faltava muito (não sei quem faltava mais, se ele ou eu).
E, devido a eu ter faltado às aulas iniciais, quando queria assistir às demais aulas, já estava na época dos trabalhos.
E aí já era tarde.
Decidi não mais frequentá-la (nem tinha frequentado mesmo).
Além de que, o professor não valorizava a disciplina.
Iniciei custos numa boa.
Mas, a primeira prova provou que eu não tava entendendo nada.
Tirei uma nota abaixo da média.
E, daí pra desistir da disciplina, ainda mais se tratando de cálculo, foi só um passo.
Em comunicação administrativa, eu não sei o que deu em mim que eu decidi não fazer a disciplina.
Acho que foi algo parecido com a de informática.
Acredito ter faltado no início e depois ficou difícil de acompanhar.
Mas, não me recordo os motivos exatos da desistência da disciplina.
Enfim, esse período foi trágico.
A matéria que consegui levar numa boa foi a de rh.
Foram uma prova mais dois trabalhos como avaliações.
Fi-los numa boa e tive um bom controle das faltas.
Nela contei com a ajuda de uma amiga e encarei a turma numa boa.
Engraçado levar uma disciplina de vento em poupa e reprovar em tantas outras.
De fato, eu percebi que isso é mais comum do que se imagina na faculdade.
Mas, no meu caso, tinha certos motivos.
Um deles era a fobia social.
Daí o motivo para eu ter faltado e reprovado na maioria das disciplinas.
Agora falarei da derradeira: Ciência Política.
Cursei num turno diferente do meu.
A fiz no turno noturno, com uma turma de desconhecidos.
Nas primeiras semanas fico na minha e funciona.
Na minha faculdade são três avaliações por período.
Blz, a primeira avaliação da disciplina foi uma prova escrita e individual, com base num texto.
Saio-me bem.
A segunda avaliação foi o desenvolvimento de um trabalho.
Era uma atividade a ser realizada em grupo, uma espécie de seminário.
Como conhecia algumas garotas do turno vespertino (o mesmo que o meu), me junto a elas para desenvolver a atividade.
Feita a divisão do trabalho para sua elaboração, o trabalho escrito foi bem ecaminhado e feito.
Chegava o momento de apresentá-lo.
Lembro-me que sempre ficava na minha nas aulas, principalmente à noite, onde não conhecia quase ninguém.
Na hora da apresentação do trabalho, tenho uma certa desenvoltura na apresentação.
Falo bem, me expresso e tansmito as ideias inerentes ao conteudo do trabalho.
Depois da explanação da equipe é chegada a hora da discussão em classe sobre o tema tratado pela mesma.
É aí que uma confusão se transforma num trauma.
A professora iniciou os debates e dirigiu-se à equipe da seguinte maneira: " - As meninas ..."
Obs: a equipe era de 4 ou 5 meninas mais eu.
Ela insistiu nessa colocação.
A turma riu, e eu fiquei totalmente desconcertado.
Lembro até que um aluno comentou: " - Oh, a profesora te chamou de menina."
Pensando bem na forma como agi no momento e falando disso com uma psicóloga mais tarde, a psicológa me perguntou: " - E você não corrigiu ela?"
E eu disse à psicóloga: " - Não."
Não sei se tendo ficado inerte no momento fazia eu concorda impliciamente com a colocação da professora.
Podia sim, ter corrigido a professora no momento, ou ter rido da situação.
Ter até mesmo descontraído.
Mas, fiquei inerte e estarrecido com a situação.
Pior, isso gerou uma angústia em mim.
Talvez alguns aqui levariam numa boa, ririam da situação, ou não, se ofenderiam mesmo, ou essa situação geraria dúvida.
Sei lá que reação teriam.
Eu só sei que essa foi a minha reação, de vergonha, estarrecimento.
Eu fiquei inerte e hoje busco explicações pra minha reação.
Mas, mesmo que as encontre, nada vai me fazer voltar no tempo e mudar o que aconteceu.
E, olha que eu creio em algo parecido com regresão.
Mas, ao pé da letra, não haveria como voltar no tempo e mudar a forma como reagi.
Talvez entendê-la já seria um bom passo.
O fato é que não deu outra: raramente aparecia nas aulas à noite, deixei de fazer a terceira avaliação da disciplina, e reprovei por falta e pontos.
A aprovação dependia de três avaliações.
Mesmo com chances de passar na disciplina, não fiz a terceira avaliação.
Nada me faria voltar àquela turma.
Essa situação na facul me deixou inquieto.

Na verdade foi o ápice de uma sucessão de outros fatos.
Queria respostas.
O porquê dessa confusão?

Será que eu não tinha traços masculinos a ponto de ser confundido com uma garota?
Ou, será que minha expressão verbal se assemelhou a de uma garota para a professora?
Me comportava como tal?
Será?
Esse foi o estopim em mim de muitas dúvidas.
Vou-lhes dizer o porquê:
A bola de neve já vinha se formando em mim há tempos.
Desde pequeno me achava diferente dos outros garotos.
Desde guri não era de estar em grupo de meninos.
Sempre fiquei na minha.
Tinha amigos homens, melhores amigos, e formava dupla com eles.
Mas nada de colegismo ou bando de amigos na rua.
Nada de molecagem, pirraça, algazarra e peripécias, como os outros meninos da rua faziam.
E olha que eu tive infância.
No ensino fundamental não era de jogar bola.
E, nunca fui.

Na 5ª série tive amigos homens. Uma coisa mais de molecagem nessa época.
'Surfava' em ônibus e tudo mais.
Na 6ª série também tive um grupo de amigos homens, de trabalho de colégio e fora dele também.
No ensino fundamental eu era o CDF, pouco esportivo.
Mas até a 6ª série tinha amigos.
(Talvez isso se encaixe no post anterior em que escrevi que queria, ouvindo música de carnaval, retornar a viver desse jeito - "regredir" ao comportamento desses bons anos.)
Mas, acho que é por volta dessa idade que as coisas começam a acontecer. Aos doze.
Depois da 6ª série tinha mais amigas que amigos.
A amizade com garotas cresceu.
Via as garotas com proximidade e os garotos com distância.
Acho que sempre foi assim.
Ficava distante dos antigos amigos, mas saudoso dos velhos tempos.
No ensino médio, futebol continuava zero.
Tive um melhor amigo, uma melhor amiga, outros colegas homens e mulheres, e amigas.
Vivia uma real de afastamento das pessoas.
Era a fobia social.
Mas, quando me aproximava da pessoas, era mais das garotas que dos garotos.
Eu me achava sempre diferente dos demais garotos no ensino médio.
Chega a época da facul.
Consigo um grupo de amigos homens novamente.
Mas eles trancaram o curso.
Fiquei na penumbra, só.
Daí me juntei a garotas na turma.
Acho que elas sempre foram mais familiares a mim que garotos.
A apresentação do trabalho na facul foi o ápice.
Ser confundido com uma garota, sendo eu um garoto.
Não, tinha alguma coisa errada.
Ou com quem fez a confusão, ou comigo.
Parti logo para a segunda hipótese: algo errado comigo.
Na época nem levei em consideração que o problema fosse com a professora.
Levando em consideração meu histórico de dúvidas vividas e acima descritas, parti logo para uma investigação sobre a minha pessoa.
Para tirar minhas dúvidas precisava de ajuda.
Não conseguia resolver o problema só.
Faltavam incógnitas para resolver a equação.
Sem falar, desses 'transes' ou saudosismos da infância que pareciam rotina.
Me sentia estranho, diferente.
E, essa sensação de transe era forte.
Ajuda psicológica era recomendável.
Tinha um saldo da viagem à Brasília e da prova do vestibular.
Resolvi então tentar buscar ajuda.
Começei a procurar ajuda pscicológica e uma terapia iria iniciar.
O problema na facul da confusão de gênero durante o trabalho foi só o início.
Início de um tratamento e ápice de uma vida.
Muita água ia rolar.
Muita coisa acontecer.
E contarei boa parte delas (se lembrar) aqui.
Serão meus registros.
Os registros de momentos impressionates da minha vida, que serão assunto dos próximos posts.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Déjà Vu de Baile de Carnaval

Isso mesmo: déjà vu, sensação de já ter vivido algo antes.
Geralmente, faz inferência a uma sensação atual como se já tivesse acontecido, ou pudesse ter sido prevista.
Mas, o déjà vu que senti foi de algo que vivi, que já tinha vivido anteriormente e parecia poder voltar a viver.
A situação foi a seguinte:
Carnaval de 2008.
Estou em meu quarto, e muito angustiado.
Lembro-me da época em que eu era sociável (a teia de socialidade em Brasília desencadeiou em eu pensar naquilo que já fui, pensar na falta dessa sociabilidade nos anos atuais, mas existente no ano 2000.)
Relembrei que, no ano 2000, teve um baile de carnaval no colégio.
Na época eu tinha um grupo de amigos (bons tempos!) e cursava a 6ª série.
Fui a esse baile pra descontrair.
Pensei que seria a base de marchinhas de carnaval e tava afim de zuar com os amigos.
Tinha 12 anos e a adolescência era só aventura.
Cheguei no baile, tava tocando uns axés daqueles mais quentes, mas depois tocou até músicas de quadrilha de festa junina.
Sem por menores, brinquei, como alguém de 12 anos brinca.
Entrei no clima e até no trenzinho, que sempre tem.
Isso tudo havia ocorrido a mim, aos meus 12 anos, num baile de carnaval no colégio nos anos 2000.
Pois bem, em 2008, fevereiro, carnaval, 8 anos depois, estou em meu quarto e saudoso do tempo mais sociável, ouço música de carnaval, marchinhas tocarem perto de casa.
Ouvi, e como num transe me transportava para 2000, fevereiro, baile da escola.
Era como se retornasse àquele momento e pudesse voltar não àquela situação, mas àquela condição, de como eu era, sociável, brincar sem se importar e de me divertir sem ter hora pra acabar, ser alto astral e sem preocupações.
Podia voltar no tempo, não no espaço, mas relativamente no tempo, no sentido de resgatar um comportamento que eu tinha, o de ser sociável, exatamente como era.
Voltar a viver com intensidade e com grande similaridade uma condição já vivida.
Uma espécie de déjà vu.
Eu, de algo forma, podia voltar ao passado para mudar o presente: reviver e voltar a ser eu de verdade de novo.
Não mexendo no externo, mas internamente, no meu universo.
Algo parecido como no filme Efeito borboleta.
Essa viagem ao túnel do tempo só tava começando.
Essas sensações iriam aumentar sigficativamente,
e fariam conexão com outros momentos do meu passado.
De certa maneira, a angústia continuava, a falta de socialidade também,
mas essa lembrança do passado me fez perceber como eu era, e que talvez podia retornar a ser.

Outros eventos aconteceram.
De certa maneira voltei em algumas situções mais adiante ao passado. Falarei delas aqui.
Mas, depois desse déjá vu, passei por uma situação constrangedora, um vexame não-programado que me fez pedir ajuda.
E, esse é o assunto do próximo post.