Me lembro como se fosse hoje.
Cheguei à pousada e fiquei hospedado sábado e domingo (dia da prova).
Fiquei em um quarto de solteiro. Nada muito sofisticado, mas essencial.
Ela fornecia café da manhã até às 10:00 hs. Eu sempre atrasava para ele.
Então, no sábado, depois de ter passado das 10:00 hs, fui a um ponto de ônibus perto e comprei café. (Saudade de Belém, com suas pousadas e cafés "ambulantes" em frente à rodoviária: - "Quer com ovo ou sem?" além de café tinindo. Pois bem, cada cidade com sua particularidade.)
Depois de ter tomado café, voltei à pousada. Tava na hora de interagir.
Primeiro choque: não conseguia fazer isso, interagir com outras pessoas.
Eram pessoas de vários estados em uma só capital, gente do Amapá, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, tudo num mesmo local.
E que prestariam provas para nível superior e médio do mesmo concurso.
Como eu sabia que tinha gente de todo lugar do Brasil?
Por que ficava no quarto só, e ouvia do subsolo (onde o quarto ficava) a conversa daqueles que estavam reunidos na sala acima (térreo) e nos outros quartos.
Não conseguia sair para interigir.
Ficava apenas no quarto trancado ouvindo a converesa dos outros, que parecia ser bacana.
Senti muito essa dificuldade.
Chegar lá e dizer: Oi, e aí blz, vai fazer o concurso?
Na época, isso seria muito constrangedor pra mim.
Achava isso uma tolice.
Acho que depois de uma apresentação pessoal cairia no vazio.
Então decidi não sair do quarto para conversar.
Fiquei, então, lá, trancado no quarto, ouvindo a conversa dos outros e com uma certa sensação de desconforto criada por mim mesmo.
O máximo que fiz foi ir até um computador, disponível na pousada, e acessar a internet para confirmar o endereço do local de prova e ver como chegar lá, e ir ao banheiro para tomar banho e escovar os dentes: "Beleza de intereção."
Passada a manhã de sábado, chegava a hora do almoço.
(Continua...)

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